FUTEBOL – VIOLÊNCIA, ALIENAÇÃOE E ESPETÁCULO

09/12/2013 20:39

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Justino Amorim da Silva

Bacharel em Ciências Sociais

FUTEBOL – VIOLÊNCIA, ALIENAÇÃOE E ESPETÁCULO.

 

Aqui e ali ouvimos no noticiário da TV, dos jornais impresso e na internet mais um caso de violência no futebol brasileiro, atos de vandalismo e pancadarias praticados por criminosos ou pessoas integrantes de "torcidas organizadas" apedrejando ônibus, pessoas nas ruas e nos estádios de futebol pelas rivalidades entre torcedores. Não se sabe de fato se são ações de criminosos que se infiltram nas torcidas organizadas ou se são atos conflituosos entre torcedores.

Se futebol for isso que se tem visto ultimamente nos noticiários da TV, internet e outros meios de comunicação, o futebol será sempre o ópio do povo ou o espetáculo do pão em círculo. A resposta do poder púbico a estes atos praticados por torcidas ou criminosos tem sido a repressão militar com bombas de gás lacrimogêneo e tiros no meio da população colocando em risco a vida de pessoas inocentes, isso demonstra que o Estado continua pensando política de segurança pública com uso de armas e repressão para resolver conflitos sociais?

Não sei se fico triste ou fico admirado com essa euforia que causa o futebol na nossa sociedade. Ao vermos os jornais televisionados percebemos tantos jovens e alunos gritando eufóricos na frente do Hotel para ver os jogadores da seleção, parecem mais um bando de bobos da corte fazendo espetáculo para os sem deuses do futebol, em outro momento nas escolas ou Universidade nos deparamos com a notícia de que as aulas foram suspensas devido ao ponto facultativo autorizado por alguma autoridade pública para que os alunos possam ir ver o jogo da seleção.

Os coliseus estão a pleno vapor em construção, derrubam-se os velhos e se levantam os novos, enquanto isso os Professores ganham salários de fome, os hospitais falta médico comprometidos e qualificados, as ambulâncias sucateadas ou paradas pela burocracia do Estado Brasileiro as quais poderiam estar sendo usadas pela população para salvar vidas.

Com a construção dos novos estádios-coliseus serão bilhões de dólares ou reais gastos (verba pública), para esta fanfarra futebolística sempre há dinheiro, agora para pagar os professores com salários justos e dignos, investir na educação e saúde, saneamento básico e etc., nada. Temos um desafio pela frente, um compromisso sério com uma responsabilidade social a ser colocada em prática.

Ao refletirmos o que era os Coliseus de Roma, eles só mudaram de nome e talvez um pouco de lugar, os gladiadores agora são os jogadores famosos, agora os que os devora não são mais os leões mais sim as piriguetes de plantão para tomar dinheiro dos bestas jogadores-gladiadores-famosos. Quando não é isso, eles se envolvem em drogas e crimes bárbaros e lá se vai o dinheiro, a fama e a boa vida de “vagabundo”.

O povo se mata para comprar um ingresso para ver um jogo, deixa de se alimentar, de pagar a conta de luz, a de água, de comprar o gás de cozinha, em fim de suprir suas necessidades básicas para ir ver alguém correndo atrás de uma bola a qual somente trará benefício às grandes empresas do futebol e a aquele jogador e sua equipe que não fazem nada na vida a não ser correr atrás da bola, fora isso a contribuição para com a sociedade é zero.

Os parlamentares e governantes vivem afirmando que há déficit financeiro e que isso afeta os cofres públicos fazendo com que se tenha que fazer corte de gasto na saúde, educação, estradas pavimentadas e sinalizadas, geração de trabalho e renda, projeto habitacional, mais quando o assunto é futebol aparecem bilhões de dólares para demolir e levantar Coliseus - Estádios de futebol, mais o pior que quem paga a conta é o povo.

Não sou contra o futebol, pois é uma atividade física, esportiva e de lazer que faz bem ao corpo e, que contribui com o desenvolvimento humano, sou contra a maneira como ele está sendo usado apenas como geração de riqueza pelas corporações capitalistas, pelas empresas futebolísticas como pelos próprios atletas deste esporte e toda a equipe que a integra. Precisamos de educação séria para esta modalidade esportista, que esta modalidade esportiva não fique reduzida ao acumulo de riqueza, que ela possa tomar também um viés social e, que os atletas não fiquem confinados apenas a atividade do futebol competitiva, de enriquecimento e fama, que estes atletas possam exercer algum projeto social que contribua com o desenvolvimento da sociedade.

O esporte poderia ser um meio muito eficiente para se tirar crianças, jovens e adolescentes de um processo de marginalização, ou seja, do risco social, e, além disso, poderia se proporcionar através do esporte, modelos educacionais e de cidadania, algo que poderia levar a criança, o jovem e o adolescente a serem os futuros promotores do desenvolvimento econômico, político, social, cultural, e ambiental brasileiro.

A situação aqui levantada não só se enquadra ao futebol, temos também, os "semideuses" dos tempos modernos, como atrizes e atores de TV, cantores de momento, modelos de passarelas, vencedores de realites shows e demais personalidades que sem uma base educacional e ou formação moral tornam-se a personificação do sonho dos brasileiros; pois não há necessidade de estudos e retorno financeiro rápido e volumoso. Do outro lado da moeda estão os professores, pesquisadores, acadêmicos em geral e profissionais formados que estudaram e ainda estudam por anos para conseguir 5% (quando se consegue) dos salários destes "semideuses" que podem de tudo um pouco e com regalias. O Fato é que o engodo chamado futebol, é mais um argumento para alegria das massas e enriquecimento da minoria.