A NATURALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA

08/04/2020 15:56

 

Por: Justino Amorim da Silva

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A violência está fortemente presente nas Instituições Familiares, Sociais, Religiosas, Políticas, Empresariais, ela se manifesta por meio de um processo hierárquico relacional nestas instituições.

A Violência faz parte de nossa cultura quando usamos a surra de cinturão, a palmada e outras formas de violência como processo educacional, dogmático, doutrinal ou normativo.

Tempos atrás nas escolas se usava a palmatória, o caroço de milho ou um puxão de orelhas no aluno como punição a tarefa não cumprida ou por não saber a resposta da lição escolar. Ou seja, somos e fomos educados para a violência e a naturalizamos.

A Violência que recebemos começa na família quando te dizem que homem não chora, lugar de mulher é na cozinha, ao homem lhe dão uma metralhadora de plástico, a mulher uma boneca branca ou panelas plásticas, fogão que dizem lugar de mulher é na cozinha.

Historicamente estamos construindo a Cultura da Violência. Seja esta física, social, midiática, verbal e institucional.

Lamentavelmente o Estado tem sido seu promotor por não ser capaz de garantir os Direitos Constitucionais elementares a seu povo, a Nação está condenada a Barbárie. As Desigualdades e Injustiças Sociais são o carro chefe da condução da violência que rompem com o Tecido Social.

Qual a situação dos Jovens e Adolescentes neste País, que oportunidades eles tem para desenvolver suas habilidades, capacidades e talentos?

Por que jovens e adolescentes se envolvem com drogas, por que eles pegam uma arma e invade uma escola e sai atirando nas pessoas e se mata em seguida.

Como estava estes jovens em suas famílias, que convivência havia, qual educação familiar recebiam?

Por que tantos jovens e adolescentes passam horas em Lan Hause acessando vídeo games de jogos violentos?

Qual o controle do Estado Brasileiro quanto aos Sites de jogos violentos, quais as regras estabelecidas a Lan House e Redes Sociais.

Estamos Importando modelos de Economia, de Desenvolvimento, de Segurança Pública etc., os quais não correspondem não se enquadram a nossa realidade Social, Cultural, Ambiental dentre outras.

Temos que construir nosso próprio Projeto de desenvolvimento, de Economia, de  Sociedade baseado em nossa realidade Social, Cultural e Humana.

Temos sempre que levar em conta que somos membros de uma Sociedade Plural com uma vasta Diversidade Humana. Portanto, neste cenário rico e grandioso ao importarmos e impormos modelos externos ao nosso povo já estamos a implantar violência.

O Estado Brasileiro está produzindo Ruínas, Tragédias e  Catástrofes a Sociedade Brasileira.

O Estado Brasileiro Legitima a violência quando permite que o lucro das  grandes corporações se sobreponha a vida humana. (Mariana e Brumadinho MG).

O Estado Brasileiro Implanta a Violência quando por meio de Emendas Constitucionais e Decretos viola os Direitos Constitucionais para favorecer grupos Hegemônicos do Sistema Capitalista Nacional e Internacional que Exploram, Escravizam e matam o trabalhador.

 

Estamos  em processo de Involução Social e Humana.

Que Sociedade queremos se não educamos nossas Crianças, Jovens e Adolescentes para serem pessoas, cidadãos (ãs) íntegros, inteligentes, honestos com o mínimo de princípios e valores éticos e morais a fim de estabelecemos padrões básicos e fundamentais de convivência em sociedade.

Um "Presidente" que incentiva a violência, faz apologia a esta em Redes Sociais, usa as mãos de uma criança simbolizando uma arma dentre outras atividades ante-éticas, este dito "Representante da Nação" não passa de um Mau Caráter desprovido de Responsabilidade Pública, Ética, Moral, Social etc.

No entanto, a postura, conduta e ações irresponsáveis de Bolsonaro não são diagnósticos suficientes para determinar e explicar o quadro de violência a que chegamos à Sociedade Brasileira. Porém, entretanto, sua ideologia é de incentivo e disseminação da violência o que contribui e vêm contribuindo fortemente com este fato social caótico.

Que Sociedade queremos?

A Sociedade do Faroeste onde todos colocarão uma arma na cintura e ao mínimo de desentendimento, conflito interpessoal puxamos o gatilho e matamos o nosso semelhante.

Quê Nação Brasileira queremos?

Uma Nação Racista, Machista, Homofóbica, Lesbiofóbica, Xenófoba, Misógina, Seletista, Excludente e Preconceituosa.

Que Comunicação, Relações Humanas e Sociais estamos a constituir?

Comunicação e Relações Sociais Humanas por meio virtual, onde se desenvolve a calúnia, difamação e a fragmentação da convivência.

Que Conhecimento e Informação estão projetando e passando a sociedade?

Informações do Sensacionalismo; Conhecimento adquirido nos meios de comunicação de massa TV por meio do Jornalismo Policialesco, Espetáculo da Violência, Reality Shows da desgraça, da miséria, da Pobreza, da Fome, da Doença, da Aparência Física.

Para Max Weber, o Estado tem o Monopólio da Violência, mais este e suas Instituições perderam o seu controle. Instalou-se o Estado de Barbárie.

Quando Grandes Corporações financeiras passam a dar as cartas na Sociedade, quando estas provocam grandes desastres ambientais e Tragédias Humanas (Assassinato de Trabalhadores) o monopólio da violência  não pertence mais ao Estado e sim ao Poder Financeiro.

O Papel do Estado passa a se fixar na Legitimação do espetáculo da morte, da Grande Mídia com o Sensacionalismo, Reality Shows da desgraça, da miséria, da Pobreza, da fome, da escravidão, do direito de matar do Sistema Financeiro em nome do lucro.

 

 

Sobre o Autor:

Justino Amorim da Silva.

 

Bacharel em Ciências Sociais 2010. ULBRA – Universidade Luterana do Brasil. Canoas/RS. Polo Belém/Pará.

 

Licenciado em Sociologia 2017. UNIASSELVI. Indaial/SC. Polo Belém/Pará.

 

Ativista Social, Militante do MAM – Movimento Pela Soberania Popular na Mineração.

 

Parceiro Colaborador do Movimento Xingu Vivo Para Sempre (Altamira/Pará).